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O INTERIOR FORNECE CONTEÚDO AO EXTERIOR

O INTERIOR FORNECE CONTEÚDO AO EXTERIOR

Nosso exterior é consequência daqui que cultivamos em nosso interior. Se
cultivamos a beleza de Cristo em nosso coração, demonstraremos em nosso mundo exterior esta mesma beleza. Se nosso coração é puro nosso mundo exterior reflete a pureza de coração nas atitudes que tomamos e na maneira como conversamos. 

No sentido ético, espiritualidade é a necessidade do cuidado com nossa
invisibilidade (o homem/mulher interior, o verdadeiro eu), procurando-se cultivar a beleza de Cristo em todas as dimensões da vida, pois é exatamente isto que vai refletir em nossa visibilidade (o que os outros veem e percebem em nós). Assim, colhemos muitos frutos conforme Jesus disse: “Abençoados são vocês, que puseram em ordem seu mundo interior, com a mente e o coração no lugar certo. Assim, vocês poderão ver Deus no mundo exterior.” (Mt 5.8 AM).

A coerência com aquilo que Deus espera de nós, que está descrito em sua
Palavra, com aquilo que de fato somos é o que nos torna seres inteiros e completos, no sentido de não estarmos fragmentados entre o que os outros querem, ou o que nossas paixões descontroladas querem, mas moldamos e equilibramos nosso ser interior com a vontade de Deus.

Isso nos torna seres humanos inteiros e integrais, sem necessidade de usar
máscaras ou subterfúgios para disfarçar nossa interioridade doente, dividida e cindida entre as paixões. Máscaras exigem de nós um esforço e desgaste muito grande, porque precisamos a todo instante estar mostrando algo que não somos ou não temos. Esta atitude é extremamente adoecedora para a alma.

Quando agimos com falta de integridade somos feridos de várias maneiras e acabamos ferindo também pessoas queridas a nossa volta. Para evitar o sofrimento da dor alheia ou até mesmo para esconder a falta de integridade é preciso usar máscaras, e ao usar máscaras nos tornamos hipócritas. Por isso a melhor maneira de evitar a falta de integridade é sermos transparentes conosco mesmo, com o próximo e com Deus, mas especialmente com Deus.

A transparência para com Deus acontece quando nada do que somos, fazemos ou temos fica oculto dele, por iniciativa nossa, quando em devoção e quebrantamento de alma conseguimos lhe contar tudo. Este é o caminho mais sensato para a santidade e pureza, pois através da confissão Ele vai nos purificando, perdoando, curando e finalmente nos tornando íntegros. Assim reconectamos nosso ser inteiro com Cristo que é o mais perfeito e completo modelo de integridade. Assim, quanto mais integridade buscarmos, menor será a necessidade de usarmos máscaras.

Portanto, quanto mais nos preocuparmos com nossa interioridade secreta, expondo-a diante de Deus sem máscaras, integralmente, tanto mais reflexos positivos experimentaremos em nossa exterioridade, pois é o interior que fornece luz ao exterior, é a partir do interior que se reflete a beleza de Cristo (integridade) em todas as dimensões da vida. Isto é possível em relação direta com a capacidade de olhar para dentro de nós mesmos em atitude de oração e perscrutação do coração.

Assim, a maneira de atingirmos a integridade é tornarmo-nos humanos.  Quanto mais humanos, com suas fraquezas, limitações, desejos e desencontros nos admitirmos diante de Deus, mais perto dele chegaremos, e somente perto dele assumimos de fato nossa integridade, passando a nos integrar ao todo daquele que rege todas as coisas no universo. Aquele que não experimenta fragmentações, quebras, desvios e fraquezas, que nunca precisa usar máscaras porque é um ser perfeito.

Jesus quando andou na terra nos ofereceu o melhor exemplo de integridade, pois assumiu a forma humana plena, “esvaziou-se a si mesmo” (Fp 1:7), e humildemente conviveu com a fraqueza humana. Quando estava cansado não sentiu vergonha de dormir na popa do barco; quando sozinho com uma mulher no poço de Jacó não ficou embaraçado em lhe demonstrar amor; Ele sentiu fome; chorou diante da miséria humana, do sofrimento alheio e do dele mesmo; tornou-se diácono dos discípulos; na cruz admitiu estar com sede; deu o brado final “está consumado” para que hoje pudéssemos, seguindo seu exemplo, e estarmos reconectados a integralidade de nosso
nEle.

No Sermão do Monte Ele disse: “Abençoados são vocês, que puseram em ordem seu mundo interior, com a mente e o coração no lugar certo. Assim, vocês poderão ver Deus no mundo exterior.” (Mt 5:8 AM). E ainda o salmista disse: “Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais mostrarão decepção.” (Sl 34:5 NVI – Grifos do autor).

Reflita sobre seu interior, o que você consegue ver dentro de si? Relacione as
coisas que prejudicam a espiritualidade e depois as apresente diante de Jesus. Depois, leia um texto bíblico que lhe ajude a vencer suas dificuldades. 

Você consegue perceber coisas boas que o Espírito Santo já produziu dentro de você? Faça uma lista delas e agradeça a Deus por elas.

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A ESPIRITUALIDADE QUE PROCEDE DA ÚNICA FONTE

A ESPIRITUALIDADE QUE PROCEDE DA ÚNICA FONTE

Aqueles que tem sua vida guiada pelo Espírito Santo, a vida nos seus nuances
mais secretos e mínimos, estes são espirituais, portanto a espiritualidade é muito mais que seguir um credo religioso, pois o andar no Espírito está para além da religiosidade. 

É possível confundir aquilo que se diz que é seguir uma religião, ou a
intensidade e o ativismo da vida religiosa com aquilo que é seguir a Cristo. A religião pode me ajudar a seguir a Cristo, mas nem sempre é assim, muitas vezes ela até pode atrapalhar.

A religiosidade exige algo de mim que muitas vezes não consigo fazer, já a
espiritualidade me propõe viver como Cristo guiado pelo Espírito, dia-a-dia, momento a momento, nesta dinâmica criativa, sensível e apaixonante, sabendo que você é amado e querido por Deus em Cristo, não por causa de você, nem por seus méritos ou deméritos, mas por aquilo que Cristo fez por você.

Espiritualidade é andar com Deus no dia-a-dia, tendo a sua mente e o seu
coração e refletindo o jeito de ser de Jesus; a maneira como ele agia, tomava decisões, falava com as pessoas, as acolhia, cuidava e sentia compaixão por elas. 

Portanto, espiritualidade quase não tem muito a ver com regras ou proibições,
daquilo que se deve fazer ou daquilo que não se pode fazer, não pode ver ou não pode pensar; antes tem a ver com uma proposição positiva do evangelho, onde você é chamado a pensar, a falar e a agir de acordo com a Lei maior do evangelho, que é o amor, assim como Cristo também o fez. 

A espiritualidade obviamente tem a ver com nossa vida espiritual, entretanto, ela não ocorre no vazio ou no céu, a espiritualidade acontece no nosso cotidiano, no espaço público, na vida concreta, no trabalho, na casa, nas decisões, nos desejos, nas escolhas; tudo na vida está repleto de espiritualidade.

Jesus disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (Jo 13.35). O amor não é apenas constituído de palavras proferidas em momentos de ternura, mas muito mais em ações concretas no cotidiano da vida, nos embates, nos enfrentamentos e no cuidado que temos uns para os outros.

O Espírito Santo é a fonte da espiritualidade e esta será sempre relacional:
Deus, eu e o próximo. O modelo a ser seguido é o da trindade, que não é apenas um conceito teológico, mas o relacionamento existente entre Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo, que é a mais perfeita comunhão e entrega entre qualquer ser.

Você precisa se apropriar da verdade de que é um filho amado do Pai, que cuida de você com muito amor e carinho, podendo assim desfrutar de toda herança que foi provida por Ele (Lc 15.31), vivendo em confiança, contentamento e gratidão. Compreender isto muda as atitudes que você tem diante da vida e gera uma nova estrutura nos seus pensamentos, de forma a se ver livre da culpa, do medo e da escravidão.

Para medir sua espiritualidade é preciso perguntar: sua espiritualidade reflete o jeito de ser de Jesus descrito nos evangelhos? Você ama como ele amou? Você trata as pessoas como ele as tratou? Você gosta de estar na presença do Pai como Ele gostava? Você anda à margem das exigências do mundo caído e faz a vontade do Pai como Ele a fez?

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A RELIGIÃO QUE DÁ VIDA E A RELIGIÃO QUE MATA

A RELIGIÃO QUE DÁ VIDA E A RELIGIÃO QUE MATA

Religiosidade é quando um pentecostal vai ao culto, um católico participa da
hóstia, um budista pratica o desapego ou um muçulmano se imola para entrar no paraíso. Nestes exemplos não estou fazendo juízo de valor, apenas descrevendo a religiosidade, porque ela faz parte da cultura humana, dentro da capacidade de criatividade com a qual Deus dotou os seres humanos, e pode apontar tanto para Deus quanto para algum ídolo.

A religião é o ethos ou conjunto de hábitos que definem determinada religião ou grupo religioso. É a maneira como alguém expressa sua religião, no contexto institucional de regras e deveres e no contexto pessoal para sentir-se confortável em seguir determindas regras religiosas. Compõe-se dos mitos e dos ritos que expressam e identificam uma religião.

Muitas vezes a religiosidade pode ser uma obra de arte e demonstrar a beleza de uma cultura, com grande valor estético e espiritual, mas outras vezes ela pode ser alienadora, destrutiva e um símbolo de morte. Foi isso que Jesus quis dizer quando censurou os líderes religiosos de sua época chamando-os de sepulcros caiados e quando Paulo disse “a letra mata” (2Co 3.6). Lembremos também que foi uma religião e seus religiosos que mataram Jesus.

Portanto, a religiosidade tem tanto aspectos positivos quanto negativos, depende de como você a vive, pode se beneficiar dela ou estar tendo prejuízos. Para identificar a religiosidade sadia é fácil, pois a religiosidade adoecedora coloca os dogmas e doutrinas acima da vida e do amor; quando precisa tomar uma decisão é capaz de prejudicar alguém apenas para fazer cumprir o que a religião diz.

Um exemplo clássico é quando os religiosos trouxeram para Jesus uma mulher
apanhada em adultério. Aqueles homens estavam fazendo cumprir o que a religião dizia e Jesus deveria cumprir aquilo que esta religião e a Lei mandavam, mas Jesus seguia o preceito maior da Lei: o amor, e foi isso que salvou a mulher.

Jesus sempre operou na via do amor, nunca se deixou enredar pela morte que pode estar presente na religião. Neste episódio citado, Ele fez valer a religião do amor, da ternura e do perdão. Sua resposta aos religiosos lhes mostrou que a verdadeira religião traz vida e salva o pecador, não o apedreja. Jesus acabou de vez com as culpas e neuroses da mulher, bem como com a projeção da própria culpa dos religiosos sobre a mulher, como eles estavam fazendo.

Jesus se utiliza da psicologia da projeção para desmascarar os religiosos e lhes mostrar que são tão pecadores quanto a mulher apanhada em adultério. Demonstrando- lhes de forma clara que o verdadeiro sentido da religião verdadeira é trazer vida e libertação.

É a ética do evangelho presente no modelo de Cristo que salva nossa
religiosidade de ser adoecedora para nós e para os outros. A verdadeira religião age com misericórdia e compaixão, como Jesus agiu com esta mulher.

Convém ainda lembrar o que Tiago disse sobre a religião: “Para Deus, o Pai, a
religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo.” Tg 1.27. Portanto, a verdadeira religião tem a ver com ações de amor e compaixão e quase nada com dogmas, doutrinas e regras a serem seguidas. 

Você consegue identificar em quais atitudes de sua vida estão presentes
preceitos religiosos adoecedores e preceitos abençoadores? Quando consegue se lembrar alguma vez que seguiu um preceito religioso e causou feridas em alguém? Lembra alguma ocasião em que seguiu um preceito religiosos e conseguiu gerar vida?